domingo, 24 de abril de 2011

Texto estranhamente feliz se comprado com a maioria depressiva que eu escrevo



Til finalmente havia chegado.
Foi a primeira pessoa a conseguir chegar lá com vida, no topo do topo da mais alta montanha.
De lá, encontar os Anciãos não foi difícil: A barba d'Ele se espalhava por quase todo o território.
Ao fundo podia se ver as suas silhuetas, sentados num daqueles balanços antigos, basicamente um banco de praça preso por correntes a uma haste horizontal. Tanto Ele quanto Ela, tão antigos que dizia-se terem fabricado o próprio tempo, não esconderam a surpresa ao ver que finalmente um peregrino havia demostrado seu valor e os encontrado. De acordo com a profecia, o peregrino poderia lhes fazer uma pergunta e uma pergunta apenas, para receber a mais sábia das respostas.
Til não conseguira se decidir até então: " Qual o sentido da vida? Existe punição eterna após a morte? Quais os numeros da sena pelos proximos 5 anos?" Porém ao ver o casal de Anciãos, tão pequenos e enrugados, mais velhos que a própria existência, Til ouviu a própria voz perguntar:

-Como vocês conseguiram ficar juntos tanto tempo?

Os Dois riram gostosamente e Ela disse:
-Mas jovem, nós nunca dissemos que passamos todo esse tempo juntos...
Ele explicou:
-Somos apenas dois velhos, nossa memória já é fraca. Nós brigamos, nos separamos, e alguns seculos depois já nem sequer conseguimos lembrar o motivo da briga. A raiva dá lugar a saudade e voltamos s ficar juntos.
Ela complementou:
-E sabe o que é interessante? Conforme vão passando as eras, nosso tempo separado é cada vez menos, e o tempo junto, cada vez maior...


-Ora, mas se vocês são capazes de lembrar exatamente quanto tempo ficaram brigados e quanto ficaram juntos, porquê não lembram as causas da separação em primeiro lugar?


Ele trocou um olhar cúmplice com Ela e, quebrando o protocolo, respondeu:
-É simples meu filho: Há certas coisas que prefermos esquecer...

sábado, 13 de março de 2010

L'Enfer c'est les Autres



Olá criançada! Felizes com a minha volta?
Ééééé, eu estou de volta, com meus textos pseudo-depressivos e recheados de filosofia barata e sarcasmo desnecessário!
Eu tento fugir do lugar-comum aqui nesse blog, mas aparentemente ele me persegue.
Porém, se você é um pré-adolescente que acabou de perceber que menininhas NÃO são nojentas e podem até ser interessantes... TCHARAM! Prepare-se para a surpresa!

Haha, o inferno são os outros meus caros e sim, eu sei que é impossível ser feliz sozinho, mas essa paradoxal e derivativa frase nunca fez tanto sentido pra mim quanto agora.

Pense em todos os momentos mais felizes de sua vida.Você estava sozinho? (outra frase feita, mas é só pra eu chegar na parte principal, tenha paciencia)
Eu tô tão bonzinho hoje que vou até responder essa pra você!
Não! No! Not! Niente! Nein!
E não ouse dizer que eu estou errado porque eu nunca estou momentos reflexivos são bons, mas os seus efeitos benéficos só serão sentidos na vida prática.

Pessoalmente falando, minha felicidade mora nos outros. Acho que sou o cara anti-social mais socialmente dependente que já caminhou nesta terra. E meu amigo... depender dos outros é uma merda. As vezes eu posso sentir o cheiro, ouvir, e até mesmo tatear o fim do inferno astral que me consome, o tão desejado gole de ambrosia, mas me falta o cálice. Infelizmente, essa mesma sociedade que tanto amamos, é tão hipocrita, que acha mais facil ocultar seus desejos, temendo perdas e represálias, ao invés de simplesmente externá-los e não ligar quando o próximo fizer o mesmo.

Eu não me excluo desse problema.

Eu faço parte de apenas metade dele ao menos. Minha total incapacidade de julgar os outros me tira um certo peso, porém, quantas vezes eu já me contorci calado, esperando um pedido que nunca veio, palavras nunca ditas? Quantas vez eu declarei clara e mudamente o que eu quis, mas a outra pessoa pareceu não perceber? Será que as palavras são tão importantes assim?

Estaria eu tão louco ao pensar que os gestos e as atitudes são mais importantes que os sons?

Estaria eu tão louco a ponto de crer que a felicidade as vezes está tão perto, mas nós simplesmente fechamos nossos olhos para ela, por medo de perde-la no futuro?

domingo, 10 de janeiro de 2010

Hypocrites




Marco anda de Harley-Davidson. Marco só usa jaqueta de couro. Marco ouve Cannibal Corpse. Marco come 3 menininhas por noite, quando o movimento é fraco. Marco briga com com qualquer um. Marco foi preso 3 vezes. Marco fugiu da prisão 3 vezes. Marco derruba um cara a mais de 200 metros com uma 38. Marco usa calcinha rosa de rendinha quando está sozinho em casa.


Moral da história: Odeio gente hipócrita.
Fim.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Life, liberty and the pursuit of happiness"



Há exatamente 4 anos atrás, eu tive uma epifania: Eu descobri que se eu não começasse a correr atrás da minha felicidade, ninguém iria fazer isso por mim. Então, eu me armei de pá, picareta, e um mapa do tesouro, que me foram passados de geração em geração desde a época do meu tatataravo. Eu segui cuidadosamente todas as coordenadas do mapa e pensei ter encontrado o "xis" várias vezes, mas cada vez que eu cavava, tudo que eu encontrava eram...

penhascos, bolhas de sabão e corações partidos...

Então um belo dia, eu queimei o mapa com um resto de Jack Daniels e uma bituca de cigarro e resolvi trilhar meu próprio caminho. Sim, eu me desviei um pouco de todo o "futuro" que planejaram meticulosamente pra mim mas não o suficiente pra espantar a audiência de sessão da tarde ou pra arrepiar as donas de casa pseudo-moralistas que assistem só a novela das sete porque a das oito tem "baixaria".
Não, eu não sou o rebelde sem calça(sic) que eu um dia quis ser, e apesar do caminho que eu tenho trilhado me levar por mares nunca d'antes navegados, eu sempre tenho a sensação de que falta alguma coisa.Não tenho mais idéias do que possa ser, tudo que tentei só me trouxe, no maximo um riso irônico e um comenário desagradável e fora de hora.
Aprendi que uma valor e beleza, não são sinonimos.
Aprendi que não adianta você estar entre as pessoas mais admiradas, se elas te causam repulsa.
Aprendi que amor não é milho, e por isso não deve ser jogado aos pombos por aí.
Aprendi que quando tudo parece maravilhosamente bem, prepare-se: a tempestade está te esperando na esquina!
Ainda não aprendi o endereço da felicidade, mas um dia eu acho. Disso eu (ainda) tenho certeza...

Over and over again...



O cometa passou. Eu ia dizer furacão, mas foi mais um cometa...
Os furacões vem nas piores horas e deixam um rastro de destruição por onde passam.
Sim, foi mais um cometa.
Como se todo o povo estivesse prevendo sua chegada e se preparando, o cometa
chegou do nada e de repente todos os rostos se iluminaram e admiraram aquele momento...

único

Porém, todos os pedidos à essa "estrela cadente" se esvaíram, pois quase tão rápido quanto sua aparição foi seu sumiço, em busca de novos planetas pra visitar, novos rostos pra iluminar.
Ao contrario do furacão, tudo que o cometa deixou foi um belo rastro, feito de vários fragmentos, os quais vão demorar muito pra sair das cabeças do povo que estava lá.
Sim, eles vão com certeza sentir saudades, mas esperarão que outros cometas passem, e sempre vão lembrar com certo carinho do primeiro cometa que viram, e de como ele fora...

único.

War is hell...



Calma. Enquanto apertava febrilmente o gatilho da sua velha M1 garand com o dedo sujo de terra, suor e sangue de seus compatriotas, o vazio dominava sua mente. Há dez minutos atrás, a artilharia germânica dizimara todo o seu pelotão. Ele tinha abraçado o torso de seu melhor amigo enquanto suas pernas ainda tremiam a alguns metros dali. Ele tinha tentado débilmente pôr os intestinos de um velho colega de infância de volta no lugar, enquanto este balbuciava frases sem sentindo. Agora ele já nem sentia medo, pois o medo vem da dúvida, e ele sabia que com o avanço da linha alemã, ia morrer em breve.
Essa idéia o confortava.
Enquanto isso, a 12454 km dali, uma criança ganhava um ursinho azul...